Uso de bioestimulante como agente amenizador do estresse salino na cultura do milho pipoca

Francisco de Assis de Oliveira, José Francismar de Medeiros, Rafaela Cristina da Cunha, Maria Williane de Lima Souza, Luan Alves Lima

Resumo


O uso de bioestimulantes tem se difundido na agricultura brasileira, promovendo o crescimento e aumento na produtividade das culturas, mas ainda são incipientes estudos sobre o uso destas substâncias em plantas sob estresse, principalmente sobre estresse salino. Objetivou-se avaliar o uso de bioestimulante como agente amenizador do estresse salino na cultura do milho pipoca. O experimento foi conduzido em ambiente protegido no Campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró-RN. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com os tratamentos distribuídos em esquema fatorial 2 x 4, referentes a dois níveis de salinidade da água de irrigação (0,5 e 4,5 dS m-1) e quatro doses de bioestimulante aplicado via tratamento de sementes (0; 5; 10 e 20 mL kg-1 de sementes), com cinco repetições. Utilizou-se o bioestimulante comercial Stimulate® (0,009% citocinina, 0,005% giberelina e 0,005% de auxina) e as plantas foram coletadas aos 50 dias após a semeadura. Foram avaliadas as seguintes variáveis: altura de plantas, diâmetro do colmo, número de folhas, área foliar, massa seca de colmo, massa seca de folhas, massa seca de raiz, massa seca de pendão, massa seca total e área foliar específica. O uso de água salina na irrigação provocou redução na maioria das variáveis de crescimento do milho doce, independentemente do tratamento de sementes com bioestimulante. O tratamento de sementes com Stimulate® promove o desenvolvimento de plantas de milho pipoca, mais não inibiu nem amenizou o efeito da salinidade sobre as plantas.


Palavras-chave


Zea mays; Fitorregulador; Qualidade da água

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